Desde a década de 70, pinos (ou parafusos) de titânio são inseridos no osso maxilar na intenção de restaurar um ou mais dentes perdidos. Isso possibilitou repensar uma situação, até então, sem solução: Devolver o dente em todas as suas funções para condenados a esconder o sorriso ou a usar próteses removíveis (eliminando as dentaduras); foi uma revolução!
A simples ausência de um ou mais dentes em indivíduos com boa saúde e idade superior ao crescimento ósseo, já se torna um candidato ao tratamento com implante dentário.
Inegável evolução, mas esses eram procedimentos demorados, muito invasivos, doloridos e caros.
O progresso continua e hoje é uma questão de opção individualizar próteses unidas, facilitar a higiene e, principalmente, preservar estruturas nobres como dentes vizinhos, gengiva e osso.
Os implantes passaram a ser acessíveis, abranger casos de perda dental de muito tempo, e minimamente invasivos.
Há casos onde não se faz nem mesmo incisão, nem “dá ponto”.
A instalação do implante no ato da extração do dente também é uma mudança importante no sentido de otimizar o tratamento: É mais rápido, exige menos intervenções invasivas, menos medicamentos, menos tempo de recuperação e menor custo.
Indicações
Como qualquer procedimento clínico, os implantes possuem também suas indicações e contra indicações; falhas no planejamento ou indicação equivocada promoverão insucessos clínicos.
Ausência de 1 ou mais dentes já torna o indivíduo candidato à reabilitação com implantes.
Historicamente é fundamental que o paciente tenha boa saúde geral, tenha completado o período de crescimento ósseo e tenha qualidade e quantidade óssea suficientes para realização de implantes com segurança.
Avanços nos biomateriais, no desenho dos implantes e nas técnicas cirúrgicas vêm possibilitando significativo aumento nas indicações de tratamento com implantes.
Cada vez mais estamos conseguindo colocar implantes em locais onde se pensava não haver possibilidade, como em perdas de dentes de muito tempo. Alterações de saúde, desde que conhecidas e em tratamento, já foram fatores restritivos, mas os estudos vêm possibilitando resultados mais previsíveis como por exemplo, em fumantes, diabéticos ou hipertensos, casos que exigem mais cuidados e exames complementares, mas deixaram ser contra indicações para a resolução com implantes ósseo integrados. Além disso, o progresso possibilitou uma importante redução nos custos do tratamento.
Carga Imediata
Com o sucesso e a popularização da reabilitação com implantes, a rapidez na conclusão passou a ser mais exigida. A carga imediata devolve a função mastigatória e estética, com a comodidade de poucos dias de tratamento e, nestes casos, o resgate da autoestima é impactante.
Um criterioso planejamento pode dispensar o uso de dentaduras ou próteses provisórias. Com o aperfeiçoamento das técnicas e dos biomateriais em Implantodontia, aumentaram as possibilidades de instalação de implantes com o molde e a confecção de uma prótese fixa no mesmo dia, diminuindo o número de sessões clínicas e cirúrgicas.
Apesar das óbvias vantagens, seu uso deve ser planejado adequadamente em todos os passos, assim como os cuidados relativos à efetivação.
Não existe uma receita pronta para a utilização desta técnica, cada indivíduo possui suas particularidades fisiológicas, e anatômicas. A carga imediata é um procedimento que altera o protocolo original. Nele, está recomendo um período de reparo tecidual de três a seis meses. Na atualidade, a técnica de carga imediata pode ser aplicada com o tempo de tratamento reduzido através de protocolo próprio. Esse protocolo permite a reabilitação oral com a instalação definitiva de uma prótese total fixa em um prazo médio de 72 horas após a intervenção cirúrgica.
Aproveitando-se tudo que cada técnica oferece de melhor, podemos concluir que a perda de um dente (total ou parcialmente) vista como uma mutilação no passado, hoje pode ser encarada como parte de um tratamento confortavelmente restaurador, minimamente invasivo, rápido e indolor.
Texto por Dr. Guilherme Fróes Ficoni
Especialista em Implantodontia – Unicsul – SP
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